
SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS
Coordenadores:
Prof. Dr. Antônio da Silva Câmara (UFBA)
Profª. Dra. Caroline de Araújo Lima (UNEB)
Prof. Me. Bruno Vilas Boas Bispo (UFBA)
Justifica-se esse Simpósio Temático no V SINTEPE – Simpósio de Integração: Ensino, Pesquisa e Extensão: Matrizes Culturais Na Bahia: O Papel da Universidade Pública e da Produção De Conhecimento, pela necessidade de reafirmar as Ciências Humanas na universidade como espaço de produção científica e de conhecimento, de consolidar as linhas de pesquisa que fazem interface da arte com a sociologia, com a história, com a filosofia e possibilitará o fortalecimento do campo da Sociologia da Arte e dos estudos de História e Cinema.
Diante do exposto, a proposta do Simpósio Temático é debater as possibilidades da arte enquanto objeto de pesquisa a partir de suas relações intraestéticas e extraestéticas em sua contraditória condição ambivalente de atividade autônoma e heterônoma, através de um debate teórico-metodológico nas Ciências Sociais e na História. Pretendemos elaborar esse diálogo de forma a contemplar diversas propostas que articulem tanto as discussões teórico-metodológicas, quanto possíveis resultados de pesquisa que envolvam a relação entre arte e política e, ademais, trabalhos que avancem as reflexões acerca dos indícios de retorno da censura e dos ataques a produção artística no Brasil contemporâneo, potencialmente intensificados sob um governo de extrema-direita com viés (neo)conservador, que vem atingindo a produção cultural nacional desde 2018.
ST 02. MULHERES INSURGENTES E RE(EXISTENTES): saberes, ativismos, resistências e espírito de agência das mulheres negras e indígenas no Brasil.
Coordenadores:
Profª. Drª. Ceila Sales de Almeida (UNEB)
Profª. Meª. Rubecleusa Leandro de Souza (Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães Itamaraju)
Esse é um simpósio temático voltado à apresentação de trabalhos de pesquisa sobre saberes, ativismos e lutas feministas, transfeministas e mulheristas, afrodiaspóricas e indígenas. O tema se justifica diante da emergência em se dialogar, no universo acadêmico e científico, acerca das epistemologias e ativismos feministas, transfeministas e mulheristas, em uma dimensão decolonial, com o escopo de visibilizar saberes e lutas historicamente silenciadas pela epistemologia eurocêntrica, bem como, problematizar e trazer novos olhares epistemológicos acerca das opressões e problemas sociais que permeiam a sociedade brasileira. Se justifica ainda, pela necessidade de ampliar, pluralizar e democratizar esses ativismos e saberes insurgentes. Também, se mostra relevante por possibilitar a ampliação e fortalecimento das redes de ensino, pesquisa e extensão das epistemologias femininas, feministas, transfeministas e mulheristas, afrodiaspóricas e indígenas.
ST 03. História, educação e resistência: a produção do saber histórico em tempos de Pós-Verdade
Coordenadores:
Profa. Dra. Sandra Regina Barbosa da Silva Souza (UNEB)
Profa. Dra. Joana Medrado (UNEB)
Prof. Me. Ciro Lins Silva (SEDU-ES)
A proposta deste Simpósio entra no debate sobre como professoras e professores de História da educação básica e do ensino superior têm compreendido e lidado com as diferentes narrativas sobre o passado e o presente em circulação. É inegável a presença de diversas redes de informações no cotidiano dos educandos e dos professores e, diante desta variada e acessível gama de produção e divulgação do saber, atrelada a todos estes avanços, observamos o fenômeno da pós-verdade que, travestida de conteúdo confiável, vem povoando e disputando espaços e narrativas com a produção acadêmica. Assim, buscaremos discutir trabalhos que através de metodologias diversas, vem buscando estabelecer um elo entre a produção de saber da academia com o processo de ensino/aprendizagem na educação básica.
A necessidade de proporcionar espaços de trocas, de inquietações, experiências, vivências e pesquisas entre professores do ensino básico e professores do ensino superior, a respeito justamente dessas interações entre fontes de conhecimento e opinião sobretudo a respeito das populações mais marginalizadas, negros, indígenas, LGBTQI+, foi o que nos motivou a construir esse simpósio. Entendemos que é preciso aproximar pesquisadores e professores que exponham práticas e/ou problematizem o ensino das humanidades e seus públicos a partir do uso das Tecnologias Digitais de Informação e da Comunicação (TDICs) na construção do saber histórico no ensino básico, na intenção de difundir o conhecimento para além da sala de aula, e também utilizando-se da história pública para apreensão e produção do conhecimento histórico fora das universidades, tanto no âmbito do ensino, da aprendizagem e problematizando com a consciência histórica.
ST 04. Ensinagens Afrodiaspóricas e Linguagens Artísticas
Coordenadores:
Profª. Meª. Kelly Meneses Fernandes (UNEB)
Profª. Drª. Régia Mabel da Silva Freitas (UNIRUY)
A lei 10.639/03 tornou obrigatório o Ensino das Histórias e das Culturas Afro-Brasileira e Africana nas escolas brasileiras públicas e privadas que ofertam a Educação básica (Educação Infantil e Ensinos Fundamental e Médio). Os cursos de Licenciatura, todavia, ainda não tiveram uma efetiva reformulação para promover à comunidade acadêmica uma formação antirracista, enegrecendo ementário, epistemologias e práxis. A decolonialidade de linguagens artísticas (cinema, dança, literatura, música, teatro, visualidades dentre outras) afropluricentradas, repletas de estéticas e poéticas insurgentes, podem contribuir com sua força azeviche político-ideológica para refutar os pressupostos eurocêntricos curriculares ainda vigentes. A relevância desta Sessão Temática consiste na criação de um espaço de encontro de pesquisas que abordam a produção e difusão de conhecimentos negrorreferenciados a partir do uso de diversas linguagens artísticas, (re)lançando nossos olhares de não redenção à hierarquização de diferentes possibilidades de expressão. Ademais, apostamos na riqueza de invenções que potencializam a criação de saberes, respeitam múltiplas subjetividades e reverberam discursos identitários de afirmação.
ST 05. Literatura, História, cultura/s e diferenças
Coordenadores:
Profº. Me. Hérvickton Israel de Oliveira Nascimento (UNEB)
Profª. Meª. Maria Sandra da Gama (UNEB)
Já faz algum tempo que se tornou ponto pacífico, no campo da pesquisa em História, o estudo de obras literárias para apreensão de uma dada visão de mundo promovida por seus autores. Assim, tais fontes podem e são tratadas a partir de inúmeros ângulos, como por exemplo, os de caráter teórico-metodológicos. Vários trabalhos produzidos por renomados/as historiadores e historiadoras confirmam tal assertiva, assim como as produções armazenadas nos repositórios das universidades, nas quais monografias, dissertações e teses têm como corpus principal das investigações a literatura. Se de um lado a história se alimenta da literatura, por outro, os estudos produzidos por historiadores se constituem, também, como um horizonte de referência para estudos na área de Letras.
Na contemporaneidade, os estudos advindos das chamadas Epistemologias do Sul ou Decoloniais tem sido uma ferramenta capaz de ampliar e aprofundar outros e novos olhares para uma produção, muitas vezes, invisibilizada. Sem perder de vista que as duas áreas do conhecimento produzem narrativas sobre o mundo, atravessadas pela cultura, salientamos a importância do diálogo entre esses saberes no sentido de que a divulgação das pesquisas possa atingir um público amplo, promovendo e instigando leituras e apreciações de histórias outras para além da academia.
ST 06. ESTÁGIOS EM ESPAÇOS FORMAIS E NÃO FORMAIS: espaços de possibilidades, potencialidades e diálogos
Coordenadores:
Profª. Drª. Célia Santana Silva, Doutora em História (UNEB)
Profª. Doutoranda Andreia Cristina Freitas Barreto (UFBA)
O Estágio conforme define na Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008, no seu Art. 1º, consiste no ato educativo escolar supervisionado, com vistas à preparação para o trabalho produtivo de educandos cursando o ensino regular nas Instituições de Educação Superior (IES), de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos (BRASIL, 2008). Conforme consta no Art. 1º, parágrafo 2º, da referida lei, o Estágio é um momento importante para a vida do estudante de licenciatura, pois promove o aprendizado de competências da atividade profissional, além da contextualização curricular, com o objetivo de desenvolver o educando para a vida cidadã e para o trabalho (BRASIL, 2008).
Investigar situações de ensino/aprendizagem no estágio supervisionado formal e não formal é um ponto fundamental para a compreensão do processo de construção de profissionalidade do licenciando. Conforme propõem Pimenta & Lima (2011), é necessário trabalhar o estágio curricular como momento de práxis, ou seja, “como atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e intervenção na realidade”. Diante da importância das experiências desenvolvidas nos Estágios, uma vez que contribuem para a formação da identidade do futuro professor, esse ST contribuirá para o compartilhamento de pesquisas e saberes, desenvolvidas nos âmbitos dos estágios supervisionados na Educação Básica e em espaços não escolares.
ST 07. O ensino de História da África e de Cultura Afro-brasileira nos diversos espaços educacionais: Discursos, Possibilidades e Desafios.
Coordenadores:
Profº. Me. Jairo Viana de Castro (UFSB)
Profª. Drª. Joceneide Cunha dos Santos (UNEB)
Profª. Doutoranda Aline Najara da Silva Gonçalves (UNEB)
Esse simpósio tem como objetivo reunir professores, pesquisadores, discentes e demais interessados pela História da África, Cultura afro-brasileira e ensino em diversos níveis e modalidades, para discutir algumas perspectivas de ensino, experiências realizadas em sala de aula com as temáticas, e pesquisas sobre as sociedades africanas nas mais diversas temporalidades, bem como história e cultura afro-brasileira. Dessa forma, deve-se aproveitar o espaço do Simpósio para refletir sobre algumas experiências realizadas em salas de aulas, nos diversos níveis de ensino. Debater sobre os diversos suportes pedagógicos como livros didáticos, filmes, romances dentre outros e suas possibilidades de utilizações no ensino-pesquisa de história da África. Desta forma, este ST debaterá sobre a historiografia, práticas de ensino e pesquisas produzidas em torno dos povos africanos e afro-brasileiros buscando problematizar os significados de muitos estudos e experiências de ensino em torno da História da África e cultura afro-brasileira. Ressaltamos que o ensino de história da África ainda ocorre de forma pouco significativa em grande parte dos espaços escolares, ou ainda de maneira estereotipada, ainda persiste a ideia de um país denominado África e não a multiplicidade de lugares, povos e culturas. Ou ainda persiste entre boa parte da população a imagem de uma África a-Histórica, mítica. Sendo assim se faz necessário debater sobre o ensino da temática nos distintos níveis de ensino e modalidades. Sobre cultura afro-brasileira ainda há percebe-se resistência no ensino de algumas temáticas e ausências no livro didático. Por fim, este ST possibilitará, igualmente, debater os estudos africanos no Brasil e da cultura afro-brasileira, especialmente na Bahia que ganharam mais força a partir dos vários debates em torno da temática que envolverem militantes e intelectuais que culminaram na Lei Federal 10.639/2003 que passou a orientar as escolas brasileiras a incluírem nos seus currículos os conteúdos de Historia e Cultura Africana e Afro-Brasileira.
ST 08. Turismo e Políticas Públicas Ambientais
Coordenadores:
Profª. Drª. Renata C. O de Carvalho (UNEB)
Profª. Me.ª Adriana Melo Santos (IFBA, Campus Valença)
Profº. Me. Moisés dos Santos Viana (UNEB)
O turismo trouxe aos territórios transformações que despertaram questionamentos por diversas áreas de conhecimento a partir da década de
1970 (SANTANA, 2009; HAYLLAR et al, 2011; SANTOS, 2012).
Este fenômeno social capaz de fomentar deslocamento, valorização cultural e preservação de áreas ambientais (SILVA et al, 2018) pode ser também,
impulsionador de ocupação de áreas potencialmente frágeis (CARVALHO; TEDESCO; SCHIAVETTI, 2020) e comoditizar crenças e artefatos manuais (QUEIRÓS, 2014). Assim, compreender a natureza fenomenológica do turismo (DARTIGUES, 2005) tem sido uma necessidade e desafio para os planejadores (entidades públicas, privadas, comunidades) dos destinos. O uso e ocupação de áreas que se deseje desenvolver o turismo deve levar em consideração o reconhecimento e inventariação de seus recursos (naturais e culturais) (PNUD, 2015), monitoramento, fiscalização, capacidade técnica dos gestores, interesse de suas comunidades,(DIEGUES & ARRUDA, 2001; LITTLE, 2003; LOLOUM, 2019) assim como interesse do visitante/ turista, de forma a reduzir os impactos negativos deste fenômeno.
ST 09. Da costa aos sertões da Bahia: história social linguística e práticas de escrita
Coordenadores:
Prof. Dr. Pedro Daniel dos Santos Souza (UNEB)
Profª Dra. Huda da Silva Santiago (UEFS)
Para a reconstrução de uma história social linguística do Brasil (MATTOS E SILVA, 1998, p. 40) e da Bahia, em particular, duas perspectivas investigativas precisam ser enfrentadas: (i) a recuperação da articulação entre os fatos de ocupação territorial, as sucessivas distribuições demográfico-linguísticas e as prevalências e desaparecimento das línguas; e (ii) a reconstrução da história da escolarização no Brasil, mais amplamente, a difusão social da escrita. Essas perspectivas, por sua vez, abrem caminhos para uma melhor compreensão das relações e das tensões entre normas linguísticas socialmente prestigiadas e normas linguísticas socialmente estigmatizadas, além da recuperação de políticas linguísticas implementadas ao longo da história do Brasil. Considerando, portanto, que a reconstrução da história social linguística do Brasil pressupõe, também, a reconstrução da história social da cultura escrita, em tempos e espaços diversos, desde as suas origens coloniais, pretende-se, neste simpósio, com ênfase no espaço da Bahia, socializar investigações que têm perseguido essas histórias. Há de se destacar que o enfrentamento a essa tarefa se funda num trabalho que promova um diálogo interdisciplinar, como destaca Mattos e Silva (2002), englobando estudos propriamente linguísticos, com interpretações que não priorizam uma teoria única e seu consequente método; engloba ainda o trabalho filológico, ou seja, a edição de textos para uso na análise e descrição linguística e, por fim, inter-relaciona fatos sócio-históricos da história brasileira.
Haja vista a importância de se compreender o complexo processo de definição da nossa realidade sociolinguística, a realização desse simpósio busca ainda criar espaços de discussão e socialização dos desafios que os pesquisadores enfrentam para dar conta dos objetivos da reconstrução da história social linguística do Brasil, no nosso caso, da Bahia, e da história social da cultura escrita, propondo caminhos e possibilidades. Esses desafios perpassam, por exemplo, pela tarefa de localização de fontes escritas datadas e localizadas, na constituição de corpora representativos e significativos, e pela investigação em torno da dimensão externa à escrita.